quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ENERGIA RENOVÁVEL

Especialistas recomendam nova matriz energética

Durante o seminário “A exploração do potencial eólico brasileiro”, promovido pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, técnicos e especialistas apontaram como necessária a diversificação da matriz energética brasileira, com investimentos principalmente em energia éolica.

Segundo o secretário-executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia, Francisco Romário Wojcicki, o potencial hidrelétrico do país, da ordem de 860 gigawatts, deverá estar esgotado entre 2030 e 2045.

Do total da energia consumida no país, mais de 80% provêm de hidrelétricas, daí a necessidade da procura por outras fontes de energia, segundo a constatação de Francisco Wojcicki. Outros 5,3% são obtidos através de biomassa e apenas 0,1% dos ventos.

Outro assunto tratado no encontro e que reforça um novo pensamento sobre a matriz energética no Brasil está no crescimento econômico. Se nos próximos anos o país crescer no mesmo ritmo ou tenha este ciclo acelerado, precisará cada vez mais de energia. Para tanto, o engenheiro da Eletrobrás Márcio Antonio Guedes Drummond apresentou estudo, segundo o qual, até 2017, o país precisará gerar, em média, 26 mil novos megawatts de energia. “Não é possível atender todo esse crescimento com apenas uma fonte ou duas”, disse à Agência Câmara.

Em relação a energia eólica, atualmente a produção nacional é de 550 megawatts. Embora ainda seja uma participação pequena, a previsão é que entre 2007 e 2010, o país multiplique por seis a capacidade instalada de geração de energia por meio do vento.

Primeiro leilão
O primeiro leilão específico para a área de energia eólica será realizado no dia 25 de novembro. Com isso, essa fonte passa a integrar, pela primeira vez, a matriz energética brasileira. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, informou que 441 projetos foram credenciados para o leilão. Em sua opinião, o interesse da iniciativa privada atesta a viabilidade da geração eólica no País. No total, esses interessados apresentaram propostas com potencial de geração de mais 13 mil megawatts.

O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica), Lauro Fiúza, que também participou do debate, afirmou que o novo mapa eólico do país, em elaboração, mostra uma capacidade de geração superior a 300 mil megawatts. "Isso equivale a 20 usinas de Itaipu", comparou.

Outra vantagem brasileira, segundo ele, é a complementaridade possível entre as fontes hidráulica e eólica. Fiúza explicou que, enquanto as chuvas são mais fortes no primeiro semestre e perdem impacto no segundo, com os ventos ocorre o contrário - eles são mais fracos na primeira metade do ano e mais vigorosos na segunda.

Essa avaliação do caráter complementar entre as energias eólica e hidrelétrica é compartilhado pelo engenheiro marcos Antonio Drummond. Ele cita estudos que mostram que, com a substituição das usinas térmicas do Nordeste por eólicas, é possível aumentar não apenas o nível dos reservatórios na seca como reduzir os custos de operação e melhorar a interligação do sistema.

domingo, 11 de outubro de 2009

RANKING DE EMISSÕES

Petrobras é a que mais emite gases do efeito estufa no país

A Petrobras foi a empresa brasileira que mais lançou gases do efeito estufa na atmosfera, em 2008. A empresa lançou 51 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, segundo mostrou o primeiro balanço do Programa Brasileiro GHG Protocol, formado por 27 companhias naconais.

Ao todo o programa motrou que em 2008 esse grupo emitiu 85,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente (medida padronizada pela Organização das Nações Unidas, a ONU, para quantificar as emissões globais e que também inclui gases como metano e óxido nitroso). O montante representa 8,5% do total de emissões brasileiras no período, quando não se consideram as emissões oriundas do desmatamento e uso da terra.

O projeto, coordenado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV),calcula as emissões produzidas pelas empresas para subsidiar medidas de mitigação, como projetos de crédito de carbono e de eficiência energética.

Além da petrolífera, a Votorantim foi a segunda colocada, com 18 milhões de toneladas jogadas na atmosfera.

Em terceiro lugar uma empresa que possui uma de suas unidades no Maranhão, a fabricante de alumínio Alcoa, com 2 milhões de toneladas. O estudo inclui a emissão de gases geradas por meios de transportes em viagens, consumo de combustíveis e disposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários, que gera emissão de metano.