
Este blog se dispõe a apresentar e discutir sobre um dos grandes temas deste século: a Sustentabilidade, em seus mais diversos aspectos. Aqui, além de análises, experiências e textos, mostrarei entrevistas com especialistas que abordarão o assunto de forma prática, principalmente no Maranhão e Brasil.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
CARBONO

sábado, 25 de abril de 2009
NOVA REALIDADE
A publicação do documento coincide com a reunião do G20, ocorrida nos dias 2 e 3 de abril em Londres. No encontro das principais economias do planeta, chegou-se a um consenso de que, para garantir a recuperação do crescimento e futura prosperidade global, é necessária a implantação de um modelo de desenvolvimento com baixo teor de carbono.
O documento recomenda: os governos devem criar políticas e incentivos para que os diversos setores da economia busquem se adaptar às novas situações. E faz a ressalva de que esta não é uma tarefa apenas para os governos, mas também para as empresas. Como principais agentes para investir em inovação e desenvolver produtos e serviços com baixas emissões de carbono, as empresas devem ter maior participação nas negociações. O WBCSD trabalha com CEO’s globais e outros líderes no sentido de apoiar os negociadores neste processo, recomendando políticas específicas de mecanismos que possam trazer um quadro positivo nas relações custo-benefício em relação ao meio ambiente e ao clima.
Eis um resumo das recomendações contidas no documento:
- O futuro acordo deve permitir que os países trabalhem em conjunto rumo a uma economia com baixas emissões de carbono com a urgência necessária. Isto inclui taxas objetivas de redução das emissões para os países desenvolvidos e de apoio para melhorar a infra-estrutura financeira e fluxos de tecnologia aos países em desenvolvimento, para desacelerar o crescimento das emissões líquidas e trabalhar no sentido de reduções de emissões a longo prazo;
- Tecnologias de baixo carbono existem e têm o potencial de reduzir significativamente as emissões globais, permitindo a criação de políticas específicas de apoio à sua rápida implementação, em países desenvolvidos e em desenvolvimento; Novas tecnologias também serão necessárias. A pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de energia limpa devem ser incentivados através de novos mecanismos financeiros e de cooperação internacional;
- O futuro cenário deve desencadear o aumento de investimentos públicos e privados, reforçando mercados de carbono e utilizando fundos públicos para impulsionar o financiamento privado de forma eficaz;
- Os fluxos financeiros para os países em desenvolvimento precisam ser reforçados por abordar investimentos, ampliação e racionalização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, além da criação de novos mecanismos para impulsionar os investimentos em grande escala;
- A colaboração entre países desenvolvidos e em desenvolvimento em setores específicos de mitigação e adaptação pode valorizar as ações e aumentar os fluxos financeiros em direção aos países em desenvolvimento.
SUBSTITUIÇÃO DE SACOLAS
Proposta de deputado tenta diminuir o uso de sacolas plásticas no comércio
A exemplo de outros estados, o Maranhão também pode em breve ganhar uma lei que ajude a diminuir o impacto ambiental do homem. Na última quinta-feira (23) o deputado Victor Mendes (PV) apresentou um projeto que visa o respeito e a preservação do meio ambiente.
Ela readequa uma outra lei do próprio deputado [aprovada ano passado], diminuindo de cinco para três anos o período em que os estabelecimentos comerciais maranhenses têm para mudar o uso de sacolas confeccionadas em polietileno para outras de plástico biodegradável. “Notei que algumas empresas, principalmente os grandes supermercados, começaram a cumprir a Lei, estão se adequando à realidade mundial. Por isso acredito que o período de transição para esta lei possa diminuir de cinco para três anos”, afirmou Mendes.
Aos poucos as iniciativas vão se somando, trazendo benefícios para o meio ambiente e ao homem, por consequência. Recentemente a Wal-Mart levou a São Luís um programa que incentiva a substituição do material confeccionado em polietileno por sacolas retornáveis.
A empresa oferece um crédito equivalente ao valor das sacolas plásticas não utilizadas pelos clientes diretamente em suas compras. O programa tem como principal objetivo o consumo consciente das sacolinhas e já concedeu mais de R$ 7,5 mil em descontos. A meta é reduzir o uso das sacolas plásticas em 50% até 2013.
O crédito é dado como um desconto automático no valor da compra. Para cada sacola não utilizada, o cliente ganha R$ 0,03. A cada cinco itens é creditado o valor correspondente a uma sacola, mas, se o cliente levar menos de cinco, também recebe o desconto equivalente a uma sacolinha.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
INOVAÇÃO
Empresa brasileira produzirá plástico biodegradável em larga escala
Lourenço Canuto
Agência Brasil
Uma empresa brasileira vai produzir anualmente 200 mil toneladas de matéria-prima para a produção de plásticos a partir da cana-de-açúcar, um material totalmente biodegradável que pode se decompor na natureza um ano depois de descartado. O plástico tradicional, que tem o petróleo como matéria-prima, leva mais de 200 anos para degradar-se completamente.
Outras empresas também já usam tecnologias para produção de plástico biodegradável no país, mas agora essa experiência é de larga escala. A iniciativa é da empresa petroquímica Braskem que vai lançou ontem (22/4) em Triunfo, no Rio Grande do Sul, a pedra fundamental do Projeto Verde da Braskem, planta industrial da fábrica cujas obras vão gerar 1.500 empregos.
A unidade deverá estar concluída no final do próximo ano e consumirá investimentos de R$ 500 milhões. Segundo o responsável pela comercialização de polímeros verdes da Braskem, Luiz Nitschke, essa será a primeira operação em escala comercial no mundo da produção de polietileno verde a partir de matéria-prima 100% renovável.
Nitschke informou que a produção será destinada ao mercado do produto alternativo, que consome em todo o mundo 70 milhões de toneladas de polietileno por ano. O consumo de plásticos provenientes de todas as origens chega a 200 milhões de toneladas ao ano, de acordo com ele.
Ele explicou que, inicialmente, será usada cana proveniente de São Paulo, mas o projeto vai estimular também a exploração da cultura no estado. O zoneamento agrícola da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul foi divulgado na semana passada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O polietileno biodegradável vai ser produzido a partir de uma resina sintetizada do etanol e permitirá a fabricação de tanques de combustível para veículos, filmes para fraldas descartáveis, recipientes para iogurtes, leite, xampu, detergentes.
O polietileno é fornecido à indústria em forma de bolinhas que são então transformadas nas embalagens ou em peças para diversas finalidades, como para a indústria de brinquedos.
Nitschke afirma que usar álcool para produzir polietileno não vai provocar impacto na produção de açúcar ou de combustível, tendo em vista a potencialidade do Brasil nessa área. O país, conforme destacou o executivo, produz 500 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano e praticamente metade vai para a industrialização do etanol e os 50% restante, para a produção do açúcar.
A planta que a Braskem terá funcionando no ano que vem envolverá o uso inicial de 400 milhões de litros de álcool.
O plástico biodegradável libera gás carbônico e água quando se decompõe e não libera substâncias tóxicas.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Bruno Calixto
Do site Amazonia.org.br
O Brasil pode reduzir até 70% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030 sem comprometer o crescimento e desenvolvimento econômico do país, de acordo com o estudo “Caminhos para uma economia de baixa emissão de carbono no Brasil”, produzido pela McKinsey.
Segundo o estudo, apresentado na semana passada (17/4) durante a Reunião Ampliada de REDD do Fórum Amazônia Sustentável, apesar de ser o 4º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, o Brasil é um dos países que tem o maior potencial de reduzir essas emissões.
O relatório mostra ainda que, se todas as iniciativas para redução de emissões fossem identificadas, seria necessário “um gasto anual de 5,7 bilhões de euros associados à preservação da floresta Amazônica e um gasto crescente ao longo do tempo com as demais iniciativas, que atinge 8 bilhões de euros em 2030″. Esse gasto representa apenas 1% do PIB do país no período.
Na opinião de Marcus Frank, que apresentou os resultados dos estudos para o Fórum Amazônia, metade das oportunidades de abatimento nas reduções de gases de efeito estufa da América Latina se encontram no Brasil. Comparando com as emissões mundiais, o país tem, sozinho, 5% das oportunidades de todo o mundo.
Amazônia
O estudo da McKinsey identifica a Amazônia como foco prioritário na redução de emissões. O desmatamento “distorce a baixa intensidade de carbono no Brasil”, já que as principais emissões do país não são dos setores elétricos e de transportes, como ocorre com os países desenvolvidos, mas provenientes de desmatamento e agricultura.
Para entender os custos de preservar a floresta amazônica e buscar um modelo de desenvolvimento sustentável, o estudo considerou quatro áreas, envolvendo o fortalecimento de instituições, políticas de comando e controle, incentivos para práticas sustentáveis e melhorias do índice de desenvolvimento humano da região. Dentro dessas áreas, o setor mais crítico é o de desenvolvimento humano na Amazônia. “São necessários 5 bilhões para igualar os gastos em saúde e educação da Amazônia com o resto do país”, diz Frank.
“Para se ter uma solução duradoura para eliminar essas emissões, é preciso levar em conta a questão social, principalmente”, conclui o consultor da McKinsey.
terça-feira, 21 de abril de 2009
VIDRO X PET
Em post anterior escrevi sobre o início, em São Luís, da campanha nas lojas do grupo Wal-Mart, por incentivo do Instituto Akatu, oferecendo um crédito equivalente ao valor das sacolas plásticas não utilizadas pelos clientes diretamente em suas compras. Ontem, enquanto estava na fila de um dos supermercados desta empresa, para comprar refrigerante, lembrei do que se passava a mais ou menos duas décadas.
Quando você ia comprar um “refri”, tinha que levar um recipiente e deixá-lo no comércio. O “casco” tinha um alto valor. Logo depois, final da década de 1980, veio o advento das garrafas pet (politereftalato de etileno). Imediatamente as empresas substituíram os recipientes de vidro por uma de material inúmeras vezes mais barato.
De forma rápida as garrafas de vidro simplesmente sumiram das prateleiras. Somente as cervejas continuaram a ser engarrafadas em vidro. Mas ultimamente, mesmo que de forma tímida as empresas recomeçaram a utilizar o vidro nas embalagens de refrigerante.
Muito devido a consciência ecológica dos novos gestores, por pressão pública de consumidores cada vez mais conscientes ou mesmo por leis.
Apesar das embalagens descartáveis usarem menos matéria-prima do que as concorrentes, serem mais leves e não precisarem ser levadas de voltar às fábricas de bebidas para sofrer um processo de lavagem e posterior reutilização, mesmo assim as garrafas de vidro têm vantagens sobre as pet. Este é o entendimento da bióloga Andréa Rodrigues Fabi, que tratou do tema em sua dissertação de mestrado, apresentada à Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas.
Segundo ela, desde que observada a distância limite de 400 quilômetros, os níveis de emissão de dióxido de carbono (CO2) e de consumo de energia caem pela metade quando as embalagens são confrontadas.
Andréa levou em conta a matéria-prima, a energia e o combustível consumidos na fabricação, transporte das embalagens e coleta para disposição final. “Como o Brasil tem dimensões continentais, a distância acaba tendo uma participação importante no resultado final da análise. Assim, quando o raio de distribuição supera mil quilômetros, as garrafas PET passam a ser preferíveis às de vidro retornável, pois consomem menos combustível para a distribuição”, explica.
“Nos grandes centros urbanos, onde as distâncias a serem percorridas são menores, em razão do maior número de fábricas, as garrafas de vidro retornável deveriam ter preferência sobre as descartáveis. Já em áreas mais isoladas, onde o produto tem que cumprir longos trajetos, a opção deveria recair sobre as garrafas plásticas”, defende. A volta das embalagens de vidro retornável ao mercado, em proporção maior do que a atual, não traria inconvenientes para a indústria de bebidas, conforme a bióloga.
As empresas do setor, assegura Andréa, mantêm os sistemas de lavagem das garrafas instalados em suas plantas. Bastaria, portanto, colocá-los em operação novamente. Ao ser informada dos benefícios ambientais que essas embalagens proporcionam em comparação às similares em PET, parte dos consumidores possivelmente optaria por utilizá-las, acredita a pesquisadora. “Muitas pessoas não compram hoje bebidas acondicionadas em garrafas de vidro porque simplesmente não as encontram nos supermercados”, arrisca.
Andréa aponta mais uma vantagem das garrafas de vidro sobre as de PET, nesse caso em relação à reciclagem. O vidro, esclarece, tem um ciclo fechado. As garrafas são simplesmente lavadas e reutilizadas ou os seus cacos dão origem a uma outra embalagem, para o mesmo fim. Já as garrafas plásticas são utilizadas uma única vez e o material, ao ser reciclado, existem dificuldades para ser empregado no acondicionamento de alimentos. A bióloga lembra que a embalagem que poderia ser considerada ambientalmente correta é a PET retornável, que uniria as vantagens das outras duas. “A Coca Cola chegou a usar esse tipo de produto, mas infelizmente ele foi retirado do mercado”, diz.
(Parte do texto utilizado no post está na matéria escrita por Manuel Alves Filho, no Jornal da Unicamp)
O FUTURO PRÓXIMO

Um carro enxuto e elétrico
Revista Isto É
Edição 2057
Mas o que me chamou a atenção foi uma pequena nota sobre o carro Puma [ainda protótipo] da Segway e GM totalmente elétrico. Ele tem espaço apenas para dois lugares, mas leva em consideração a falta de espaços existentes e o trânsito caótico nas cidades, mas principalmente a troca do combustível. Sai o motor a combustão e entra o elétrico, infinitamente menos poluente.
Ele segue a mesma tecnologia utilizada nos carros da Tesla e da Chrysler, pioneiros em carros elétricos, mas de luxo e por isso mesmo, menos acessíveis. Ele é movido por baterias de íon de lítio, semelhantes às de celulares e dispositivos portáteis.
O Puma tem autonomia para 56 km. A novidade terá custo equivalente a 25% do valor de um carro. Por enquanto ele só roda em avenidas de piso liso e seco, mas em breve surgirá um modelo mais versátil.
Não há previsão para o início das vendas - um protótipo já circula por Nova York (foto). Essa parece uma realidade distante? Nem tanto. A tecnologia [a mesma que somos parceiros e 'escravos'] e seus rápidos avanços estão aí para nos provar.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
CONSUMO CONSCIENTE
Nas últimas semanas as lojas do grupo Wal-Mart de São Luís (Bompreço e Hiper Bompreço) estão oferecendo um crédito equivalente ao valor das sacolas plásticas não utilizadas pelos clientes diretamente em suas compras. O programa tem como principal objetivo o consumo consciente das sacolinhas e já concedeu mais de R$ 7,5 mil em descontos. A meta é reduzir o uso das sacolas plásticas em 50% até 2013.
O crédito é dado como um desconto automático no valor da compra. Para cada sacola não utilizada, o cliente ganha R$ 0,03. A cada cinco itens é creditado o valor correspondente a uma sacola, mas, se o cliente levar menos de cinco, também recebe o desconto equivalente a uma sacolinha.
Em Recife e Salvador o programa teve receptividade imediata por parte dos consumidores que trocaram as sacolas plásticas por caixas de papelão e até carrinhos de feira para carregar as compras. Outros trouxeram sacolas retornáveis de casa ou optaram por comprá-las nas lojas.
Da implementação até o dia 7 de janeiro, já foram adquiridas mais de 7 mil sacolas retornáveis nas lojas das duas cidades nordestinas. Para Herrisson, o programa fez com que os consumidores se interessassem mais em praticar ações de consumo sustentáveis, “seja consumindo e incentivando a indústria a apostar em produtos mais sustentáveis, seja em levar para casa menos sacolas plásticas ou utilizar as sacolas retornáveis nas compras”.
A expectativa do Wal-Mart Brasil ao longo de 2009 é levar o programa às lojas do Wal-Mart em todo o Nordeste, o que constitui a segunda fase do projeto.
O Wal-Mart Brasil tem hoje 330 lojas em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal e conta com mais de 72 mil funcionários em hipermercados (Wal-Mart Supercenter, BIG e Hiper Bompreço), supermercados (Bompreço, Nacional, Mercadorama, Todo Dia), atacado (Maxxi) e clubes de compras (SAM’S CLUB).
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Governo paulista prepara programa eficiência energética com apoio do BID
Alexandre Spatuzza
Revista Sustentabilidade
O governo do Estado de São Paulo está reestruturando a Secretaria de Saneamento e Energia para monitorar e melhorar a eficiência energética no estado que pode levar a um programa de racionalização de energia no estado e a criação de uma agência para coordenar programas na área, informou a titular da pasta, Dilma Pena, em entrevista ao Jornal da Energia.
Segundo Pena, o estado já está negociando recursos do fundo Sustainable Energy and Climate Change Initiative, gerenciado pelo banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para montar o programa de racionalização.
Pena disse ainda que a secretaria precisa ser reestruturada para permitir levantamento de informações sobre programas de eficiência energética e potencial de redução de consumo por meio de gerenciamento da demanda dentro do plano energético do estado.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
MAIS POLÊMICA PARA A TERMO

Eles prometem entrar na Justiça com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por não seguir, entre outras exigências, a própria Constituição do Maranhão. Segundo o deputado Max Barros (DEM) a construção da usina não atende ao artigo 247, que estabelece autorização prévia da Assembleia Legislativa para todo projeto de construção de empreendimentos que gerem energia e tenha alto potencial de poluição ambiental, o que não teria acontecido.
Em recente pronunciamento o democrata afirmou que o Relatório de Licenciamento Ambiental (Rima) constatou que a termoelétrica provocará um alto teor de poluição em São Luís. “Os licenciamentos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Ibama, feitos às presas, levantam suspeições. Além do mais, a termoelétrica empregará apenas 40 pessoas e não gerará impostos para o Estado”, disse Max.
Números compilados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Movimento Reage São Luís apontam que a poluição gerada pelos 360 MW planejados na primeira fase da usina é suficiente para aumentar em 30% (de 43 mil para mais de 56 mil toneladas anuais) a emissão de cinco dos principais gases do efeito estufa na capital maranhense.
Por esses cálculos, a termelétrica pode ampliar em 106% o lançamento de óxido de nitrogênio (NO) na atmosfera local.
O parlamentar também sugeriu que a assessoria jurídica do legislativo maranhense avalie e emita parecer acerca da lei que trata da proibição da construção de termoelétrica, sem autorização do Poder Legislativo.
A polêmica está lançada.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
O EXEMPLO PORTUGUÊS

Em Portugal, 43% da energia em 2008 teve fonte renovável. Produção eólica cresceu 42%
Porto (Agência Lusa) - Em 2008, 43% da eletricidade consumida em Portugal teve origem em fontes renováveis, sendo que o país terminou o ano com 8.151 MW de potência instalada renovável.
De acordo com estatísticas da Direção Geral de Energia e Geologia, Portugal foi, em 2007, o terceiro país na União Europeia com maior incorporação de energias renováveis.
Ainda assim, a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis (FER) caiu 9% no ano passado em relação a 2007, devido ao decréscimo verificado na área hídrica.
Já a produção eólica cresceu 42% em 2008, com potência instalada de 2.800 MW (distribuídas em 172 usinas), atingindo assim a meta estabelecida para 2008.
O aumento da potência instalada renovável resultou, segundo a DGEG, do crescimento na potência eólica e fotovoltaica, tendo também incluído, pela primeira vez, a potência instalada numa central com aproveitamento da energia das ondas (do parque de ondas da Aguçadoura, norte de Portugal).
REGIÃO NORTE
Além disso, a produção de energia elétrica limpa está concentrada no norte do país, sobretudo nos distritos de Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Coimbra, Braga e Vila Real.
Excluindo a rede hídrica, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Viana do Castelo, Lisboa, Vila Real, Guarda, Braga e Santarém são os principais distritos em termos de potência instalada, com 81% do total.
Já Lisboa, Leiria, Castelo Branco e Viseu têm uma forte componente eólica, correspondente a mais de metade da potência renovável destes distritos.
Em termos de produção eólica, os distritos com maior potência instalada eram, em dezembro, Viseu, Castelo Branco, Viana do Castelo, Coimbra, Lisboa, Vila Real, Leiria, Santarém e Braga.
Segundo os dados da DGEG, até dezembro de 2008 foram licenciados 9.687 MW de instalações a partir de FER, mais 19% em comparação à potência instalada atualmente.
POLÍTICA ENERGÉTICA
As fontes limpas têm sido a grande aposta da política energética do governo português, em detrimento da energia nuclear.
Ainda assim, a Enupor - Energia Nuclear de Portugal, um consórcio de investidores lançado em 2005, diz aguardar uma evolução da atual posição do Governo e manter em pé sua proposta de construção da primeira central nuclear em Portugal.
Recentemente, em declarações à Agência Lusa, o diretor da Enupor, Sampaio Nunes, criticou a falta de ação de Lisboa na área e alertou que tal implica uma "degradação competitiva" de Portugal em relação aos seus parceiros, onde está ocorrendo "uma revolução do renascimento da energia nuclear".
domingo, 5 de abril de 2009
NBA GREEN WEEK

sexta-feira, 3 de abril de 2009
O OUTRO LADO NA REDUÇÃO DO IPI
Além de visar manter a economia nacional aquecida, o acordo também tenta manter milhares de empregos no setor, uma vez que de acordo com o ministro Guido Mantega (Fazenda) informou que o setor automobilístico movimenta 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), se medida não fosse anunciada, a expectativa é que haveria uma queda de 30% nas vendas de automóveis no segundo trimestre neste ano.
A redução do IPI foi lançada em dezembro e contribuiu para que não houvesse queda no primeiro trimestre deste ano e que se mantivessem o patamar de vendas de 2008. De janeiro a março do ano passado foram vendidos 633 mil veículos, e, até 29 de março, o número chegou a 635 mil.
Tudo bem que a medida visa não deixar a economia nacional em recessão, mas há de se fazer uma certa crítica. Além de manter milhares de empregos, uma das exigências que o governo federal poderia fazer é exatamente a que os norte-americanos fazem com a GM e a Chrysler para liberar ajuda financeira para que estas empresas não peçam concordata: investir em “automóveis mais limpos”.
O raciocínio é simples. Quanto mais carros que queimam combustíveis fósseis, mais poluição teremos em nosso ar. Por outro lado, ao investir em novos combustíveis que joguem menos detritos na atmosfera, a possibilidade de fazer mau ao planeta diminui.
Também existe a possibilidade de criar uma concorrência sadia em busca de carros menos poluentes em larga escala. Tecnologia já existe para isso. O que falta são incentivos, exatamente ond eo governo poderia atuar sem sucumbir ao lobby das grandes montadoras.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
PERIGO PARA SÃO LUÍS
No uso de usinas termelétricas movidas por carvão, acontecem dois tipos de agressão ambiental: lançam-se gases na atmosfera e despeja-se água quente no meio ambiente. Os gases produzidos são vários, muitos deles com emissão amplamente combatida atualmente como o CO2, o gás carbônico. Mas o CO2 não é o único.
A queima do carvão produz também, em menores quantidades, CO (monóxido de carbono) e carbono puro, que são lançados na atmosfera, contribuindo para o aumento do efeito-estufa e piorando a qualidade do ar. Os habitantes de cidades como São Paulo vivem no cotidiano problemas respiratórios causados por estes poluentes (embora os gases não sejam originados pelas usinas).
A água quente é um sub-produto do sistema de geração de energia de uma usina termelétrica: o calor obtido na queima do combustível é usado para aquecer a água do circuito primário, que por sua vez aquece a água do circuito secundário. Esta, vaporizada, quando é aplicada no dínamo, movimenta as pás da hélice.
O movimento do dínamo é aplicado no gerador, onde se converte em energia elétrica. A água quente resultante do circuito secundário, junto com uma quantidade de água de proteção, usada para manter os equipamentos em segurança, é despejada no ambiente, alguns graus mais quente do que foi captada.
TERMOELÉTRICA EM SÃO LUÍS
É fato que o Maranhão passa por um momento político instável. Um período bipolarizado na busca pelo “poder”, com estratégias, embora diferentes, com o objetivo apenas de se manter no comando das ações no estado.
Independente da ideologia política o maior prejudicado, como sempre, é a população, principalmente aquela parcela menos instruída. Isto pode acontecer uma vez mais caso o projeto da Termomaranhão, usina termoelétrica movida à queima de carvão vegetal a ser implantada em São Luís obtenha êxito.
O projeto, orçado em quase US$ 700 milhões, com potencial de 360 megawatts (MW) apenas na primeira fase está programado para funcionar a partir de 2011.
Um das grandes questões na instalação da usina é o seu altíssimo potencial poluente, ainda mais para uma comunidade que vive em uma ilha. Quando licenciou a usina, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) utilizou a resolução 279/2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que permite procedimentos simplificados para projetos de "pequeno potencial de impacto".
Ocorre que outra norma do próprio Conama sugere que esses projetos não devem passar de 10 MW. Mas a usina vai produzir 35 vezes mais energia do que o suposto limite!!!
Números compilados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Movimento Reage São Luís apontam que a poluição gerada pelos 360 MW planejados na primeira fase da usina é suficiente para aumentar em 30% (de 43 mil para mais de 56 mil toneladas anuais) a emissão de cinco dos principais gases do efeito estufa na capital maranhense.
Por esses cálculos, a termelétrica pode ampliar em 106% o lançamento de óxido de nitrogênio (NO) na atmosfera local.
O MPF também demonstra preocupação com o volume de água a ser captada do mar para consumo na usina - por exemplo, para o sistema de resfriamento. Serão 1.514 metros cúbicos por hora, o equivalente a 23% do abastecimento hídrico de toda a ilha de São Luís, segundo o procurador da República Alexandre Silva Soares. "Observa-se ainda o risco de contaminação das águas costeiras pela descarga de efluentes, os quais, mesmo com tratamento, podem oferecer perigo, notadamente a partir da poluição térmica causada pelo seu lançamento nas águas em temperatura superior às marinhas", destaca Soares, na ação movida em maio.
Nos próximos posts voltarei a tratar do assunto.