quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A polêmica do lixão de Rosário

Empreendimento receberá resíduos de seis municípios e ameaça contaminar o Rio Itapecuru

O próximo senso populacional do IBGE deve confirmar São Luís com um milhão de habitantes ou número bem próximo a isso. As cidades vizinhas também crescem de forma rápida e com este crescimento é natural que problemas também aconteçam na mesma progressão.

Um destes diz respeito à manipulação dos chamados resíduos sólidos: o lixo. É anunciada a chegada ao Maranhão de grandes empreendimentos, principalmente em municípios próximos à capital São Luís, empresas estas que trarão pessoas para residir nas imediações. Este aumento na população é proporcional ao crescimento dos resíduos gerados por estas pessoas. Então surge a pergunta: o que fazer com esta quantidade de lixo, já que os locais atuais onde são acondicionados enfrentam sérios problemas estruturais, não suportando a demanda hoje existente?

Uma alternativa está sendo colocada em prática, mas não é a adequada: o lixão regional de Rosário. O empreendimento receberá resíduos da própria cidade, da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e Bacabeira, onde está sendo instalada a Refinaria Premium I da Petrobras.

Um empreendimento desta forma [lixão] oferece um grande perigo porque a área destinada a ele fica bem próxima do Rio Itapecuru, que abastece a maior parte de São Luís (Sistema Italuís I). O risco de contaminação do rio é imenso por causa dos resíduos que serão gerados pelo lixão regional. Moradores de Rosário já denunciaram a ação a deputados, que devem realizar uma audiência pública em breve para tratar o assunto [veja no link http://www.al.ma.gov.br/noticias.php?codigo1=18241].

Em lugar de um lixão o mais adequado seria construir um aterro sanitário, que demanda um pouco mais de investimento, mas que apresenta resultados melhores para toda a população, sem riscos de contaminação.

Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos - o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. O lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqüências ambientais e sociais negativas.




Mas a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.

[Fonte de pesquisa e imagens: www.lixo.com.br]



4 comentários:

Claudio disse...

Publiquem também o outro lado da História, aliás, a verdade: http://www.jornalpequeno.com.br/blog/johncutrim/?p=12242

Leno Edroaldo disse...

Ilustre Cláudio. Chamo sua atenção porque em momento algum fiz juízo de valor ou deixei de mostrar alguma verdade.
Talvez você não tenha entendido, mas apenas mostrei a diferença entre um aterro sanitário e um lixão.
Por favor, leia uma vez mais o post ou quantas vezes for necessário para constatar isso.

Karlinha Pires disse...

Gente não é lixão, é um aterro sanitário moderno e não existe essa história de pegar lixo de outras prefeituras.
Isso é desespero da oposição.

Unknown disse...

Há uma má vontade estabelecida para a questão.
Primeiramente, do ponto de vista político não se avança em saneamento básico. O Plano Municipal de Saneamento Básico prevê a universalização do abastecimento de água tratada em áreas urbanas, a coleta do esgoto sanitário, o escoamento adequao das águas pluviais e o tratamento dos resíduos sólidos urbanos, incluídos a coleta, o transporte e a destinação final com o fim dos lixões.
Segundo, porque não falta tecnologia e nem recursos, de vez que quando se investe em saneamento básico se reduz o custeio da saúde pública porque as pessoas adoecem menos.
A conversa vai por aí, se quiserem aprofundar o assunto estarei disposto a contribuir até com minha própria ignorancia acerca do assunto.
Jose Pessoa