quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carros elétricos chegam ao Brasil

Prefeitura de São Paulo fecha acordo com montadora para que veículos comecem a circular em 2011

Mais cedo do que se esperava, os carros elétricos começam a aportar em terras tupiniquins já no início do próximo anos.

O Nissan Leaf, o primeiro veículo 100% elétrico fabricado no mundo e lançado na semana passada no Japão, desembarca no país no começo de 2011, mas, por enquanto, haverá poucos em circulação. O presidente da Nissan para América Latina, o português Carlos Tavares, confirmou assinatura de acordo com a prefeitura de São Paulo para a chegada do modelo. Acerto similar foi firmado com o governo da Cidade do México.

Tavares não detalhou o número de carros que foram negociados com a prefeitura paulistana. Mas deixou claro que a chegada do Leaf ao mercado brasileiro só ocorrerá após acertos com o governo para uma ajuda financeira via subsídios. O projeto piloto vai durar até dezembro de 2012.

"O Nissan Leaf custa em média US$ 32 mil, e estamos contando com subsídios que vão de US$ 13 mil, nos EUA, a 5 mil, na Europa. Com os subsídios dados no mercado americano, o preço final cai para US$ 20 mil", comentou Tavares, deixando claro que, para entrar numa "zona de conforto", que dispense subsídios, será preciso que a montadora tenha uma produção anual de 500 mil a um milhão de veículos.

A argumentação de Tavares quanto à necessidade de ajuda governamental para lançar o carro no mercado confirma a tese defendida pelo setor privado de que desenvolver uma tecnologia verde sai caro. Apesar disso, ele aposta que os carros elétricos representarão 10% do mercado automobilístico mundial em 2020.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Brasil pode economizar R$ 3,4 bi com lâmpadas

Estudo coordenado pela ONU sugere a troca em todo o mundo de lâmpadas incandescentes por fluorescentes

O Brasil pode alcançar uma economia anual de até R$ 3,4 bi nos próximos anos. Para isso seria preciso trocar todas as lâmpadas incandescentes que ainda existem no país por outras fluorescentes, de consumo menor.

Essa é uma das constatações de uma pesquisa apresentada durante a Conferência Climática da ONU (COP-16), que está sendo realizada em Cancún, México. Cerca de 40 países já têm programas nesse sentido, disse o Programa Ambiental da entidade.

A geração da eletricidade para a iluminação, muitas vezes pela queima de combustíveis fósseis, representa mais de 8% das emissões globais de gases do efeito estufa, afirma o estudo.

Assim, a adoção de lâmpadas mais eficientes poderia reduzir em 2% a demanda por eletricidade para a iluminação. O estudo foi patrocinado pelo Programa Ambiental da ONU e pelas empresas Osram e Philips, que fabricam lâmpadas.

O texto diz que o Brasil, por exemplo, seria um dos maiores beneficiados, com uma economia de US$ 2 bilhões por ano. Fazendo a conversão para um valor de R$ 1,7 por dólar, esta economia seria algo em torno de R$ 3,4 bi por ano.

Já a Indonésia, poderia economizar US$ 1 bilhão por ano e cortar 8 milhões de toneladas nas emissões de gases do efeito estufa, o equivalente a tirar 2 milhões de carros das estradas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Censo 2010


População do Brasil é de 190.732.694 pessoas. Maranhão obteve maior crescimento do Nordeste, com taxa de 16,25%

Cliquem aqui para acessar o resultado do Censo 2010, específico sobre os municípios do Maranhão.

Após cerca de quatro meses de trabalho de coleta e supervisão, durante os quais trabalharam 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores, o resultado do Censo 2010 indica 190.732.694 pessoas para a população brasileira em 1º de agosto, data de referência. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.

A região Sudeste segue sendo a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).

Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições.

O Maranhão foi o estado onde houve o maior crescimento populacional na região Nordeste, com taxa de 16,25%. Ou seja, passou de 5.651.475 para 6.569.683 habitantes. A cidade maranhense mais populosa é São Luís, que antes possuía 870.026 habitantes em 2000 e agora passa para 1.011.943.

Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja existem mais 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.

Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos (SP). Já o que tinha maior percentual de mulheres era Santos (SP). O Censo 2010 apurou ainda que existiam 23.760 brasileiros com mais de 100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597)

O Censo Demográfico compreendeu um levantamento exaustivo de todos os domicílios do país. Foram visitados 67,6 milhões de domicílios e ao menos um morador forneceu informações sobre todos os moradores de cada residência. A partir do dia 4 de novembro, o IBGE realizou um trabalho de supervisão e controle de qualidade de todo material coletado, em conjunto com as Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE,) em todas as 27 Unidades da Federação e nos municípios brasileiros. As comissões funcionaram como um canal de comunicação entre o IBGE e a sociedade e participaram de todo o processo de realização do Censo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O exemplo: menos 22 mi de sacolinhas plásticas nas ruas

Parceria entre a prefeitura e os supermercados representa diminuição de 80 toneladas de lixo

Carlos Minehira, da equipe Akatu

Nos supermercados de Jundiaí, no interior de São Paulo, a maioria dos clientes deixou de usar as sacolas de plástico para carregar as compras de supermercado em embalagens retornáveis, caixas de papelão ou sacola oxibiodegradáveis.

A mudança aconteceu após um acordo entre a prefeitura e os estabelecimentos para reduzir o uso das sacolas plásticas e oferecer alternativas aos clientes de como acomodar e transportar suas compras. Com isso, a Prefeitura de Jundiaí estima que 22 milhões de sacolinhas saíram de circulação, o que, ainda segundo a prefeitura, representa a diminuição de cerca de 80 toneladas de lixo por mês.

“Não é uma exigência, fizemos uma parceria com os donos de mercados e supermercados, que entenderam a emergência da questão”, diz o prefeito Miguel Haddad. O acordo vigora desde o mês de setembro.

Para que a ideia passasse a funcionar, uma campanha de conscientização foi iniciada em junho e os supermercados pararam de oferecer as sacolinhas convencionais, uniformizando a venda das retornáveis por R$ 1,85 e das oxibiodegradáveis por R$ 0,19 cada.

O diretor-presidente da rede Coopercica, Orlando Marciano, afirma que, em média, oferecia mensalmente um milhão de sacolinhas plásticas gratuitamente nas quatro lojas da rede em Jundiaí; com a mudança, esse número caiu para 60 mil saquinhos.

“A aceitação foi ótima. Alguém sempre reclamava, mas o desconforto foi só no começo. Hoje muita gente pegou o hábito e traz sua própria sacola retornável", reforça o prefeito.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A polêmica do lixão de Rosário

Empreendimento receberá resíduos de seis municípios e ameaça contaminar o Rio Itapecuru

O próximo senso populacional do IBGE deve confirmar São Luís com um milhão de habitantes ou número bem próximo a isso. As cidades vizinhas também crescem de forma rápida e com este crescimento é natural que problemas também aconteçam na mesma progressão.

Um destes diz respeito à manipulação dos chamados resíduos sólidos: o lixo. É anunciada a chegada ao Maranhão de grandes empreendimentos, principalmente em municípios próximos à capital São Luís, empresas estas que trarão pessoas para residir nas imediações. Este aumento na população é proporcional ao crescimento dos resíduos gerados por estas pessoas. Então surge a pergunta: o que fazer com esta quantidade de lixo, já que os locais atuais onde são acondicionados enfrentam sérios problemas estruturais, não suportando a demanda hoje existente?

Uma alternativa está sendo colocada em prática, mas não é a adequada: o lixão regional de Rosário. O empreendimento receberá resíduos da própria cidade, da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e Bacabeira, onde está sendo instalada a Refinaria Premium I da Petrobras.

Um empreendimento desta forma [lixão] oferece um grande perigo porque a área destinada a ele fica bem próxima do Rio Itapecuru, que abastece a maior parte de São Luís (Sistema Italuís I). O risco de contaminação do rio é imenso por causa dos resíduos que serão gerados pelo lixão regional. Moradores de Rosário já denunciaram a ação a deputados, que devem realizar uma audiência pública em breve para tratar o assunto [veja no link http://www.al.ma.gov.br/noticias.php?codigo1=18241].

Em lugar de um lixão o mais adequado seria construir um aterro sanitário, que demanda um pouco mais de investimento, mas que apresenta resultados melhores para toda a população, sem riscos de contaminação.

Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento de efluentes líquidos - o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substancias contaminantes para o solo e para o lençol freático. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo livremente no lixão a céu aberto, e pior ainda, crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais recicláveis para vender. O lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as conseqüências ambientais e sociais negativas.




Mas a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário que antes de iniciar a disposição do lixo teve o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC, esta extremamente resistente. Desta forma, com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. Este é coletado através de drenos de PEAD, encaminhados para o poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado será encaminhado para a estação de tratamento de efluentes. A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.

[Fonte de pesquisa e imagens: www.lixo.com.br]



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mídia debaterá indicadores de sustentabilidade

Entidades avaliarão questões como transparência; qualidade da cobertura; salários e condições de trabalho dos jornalistas e outros funcionários; impactos sócio-ambientais, entre outros

Representantes de meios de comunicação e de entidades sociais da América Latina se reúnem em Brasília, entre os dias 21 e 22, para o seminário "Indicadores de sustentabilidade para o setor de mídia", organizado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), a Fundação Avina, a representação da Unesco no Brasil, a Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI) e a Universidade Javeriana da Colômbia, com apoio da Fundação Ford. O objetivo é discutir a primeira versão de uma ferramenta que permita avaliar as atividades e o impacto das empresas de comunicação do mundo inteiro, com foco na responsabilidade social.

Os indicadores de responsabilidade dos meios de comunicação vêm sendo desenvolvidos pela Gobal Reporting Initiative (GRI) – organização internacional com sede na Holanda que desenvolveu quadros de referência para relatórios de sustentabilidade adotados pelas maiores empresas do planeta.

Para o setor da mídia, questões a serem avaliadas incluem transparência; qualidade da cobertura (devido ao grau de influência do conteúdo divulgado pelos meios de comunicação no público em geral); questões trabalhistas, como salários e condições de trabalho dos jornalistas e outros funcionários; e impactos ambientais, envolvendo, por exemplo, o uso de papel.

Os resultados do seminário serão apresentados a um grupo de trabalho internacional que também recebeu contribuições por uma consulta pública na internet. Depois de mais uma rodada de comentários, os indicadores de sustentabilidade da mídia devem ser implementados em setembro de 2011.

Participam do encontro representantes da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Rede Globo, Grupo Estado, Grupo Abril, El Mercurio (Chile), El Universo (Equador), Última Hora (Paraguai), RPP (Peru) e Telefe (Argentina). As entidades sociais serão representadas pela Andi, o Fórum pela Democratização das Comunicações, a Federação Nacional de Jornalistas, a Rede Nacional de Observatórios de Meios, o Intervozes, o Ipea, o Observatório da Imprensa e o Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília, entre outros.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O perigo da lama tóxica

Episódio que contaminou e matou sete pessoas na Hungria pode muito bem se repetir no Maranhão

Este texto foi produzido pelo jornal Vias de Fato (http://www.viasdefato.jor.br), dos colegas Alice Pires, Altemar Moraes, Cesar Teixeira, Elmo Cordeiro e Emilio Azevedo.

Estou reproduzindo porque o assunto é bem sério e como tal, merece ser amplamente conhecido para que um debate mais aprofundado seja realizado.


Alumar representa uma ameaça para São Luis

Um problema ocorrido recentemente na Europa, neste começo de outubro, deve ser motivo de alerta para toda a população de São Luís e para nossas autoridades públicas municipais, estaduais e federais. Na Hungria, num vilarejo chamado Kolontar, houve um vazamento da chamada “lama vermelha”, o mesmo resíduo tóxico que há 15 anos é enterrado no subsolo de São Luís pela ALUMAR/ALCOA, sem qualquer fiscalização confiável.

O vazamento na Europa foi causado por uma ruptura no reservatório de produtos tóxicos. Até o dia de hoje, vários jornais do Brasil noticiaram a morte de sete pessoas e o ferimento de outras 150. A lama tóxica também danificou casas, ruas, plantações e poluiu fontes de água, provocando a morte de todos (TODOS!) os organismos presentes no rio Marcal, um afluente do rio Danúbio, o segundo maior da Europa. Existe também o risco dos metais pesados contaminarem o ar provocando doenças pulmonares nas pessoas. O governo de lá acredita que o muro todo do reservatório desabe, liberando uma nova onda de lama vermelha.

Lá, o governo já anuncia que os responsáveis enfrentarão "consequências muito sérias”. Aqui, em São Luís, as autoridades puxam o saco da ALUMAR da forma mais desavergonhada. E esta mesma ALUMAR, cala a boca de meio mundo de gente a custa de míseros patrocínios. Os chamados poderes constituídos, no Maranhão, são subservientes com esta multinacional, para não dizer coisa pior.

Estamos falando principalmente de Governo, Prefeitura, Assembléia Legislativa, Câmara Municipal e amplos setores da imprensa. Até o presidente Lula, quando veio ao Maranhão abrir a campanha micareta de Roseana (em dezembro do ano passado) plantou, de joelhos, uma árvore no terreno da Alumar. Isto sob os aplausos da inquilina do Palácio dos Leões (Roseana), do prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), do presidente da Câmara Municipal (Pereirinha) e do Sistema Mirante/Globo.

O Consórcio Alumar, um dos maiores produtores de alumínio do mundo, é dono de algo em torno de 10% da ilha de São Luís e precisa ser fiscalizado. Muito bem fiscalizado! Recentemente, foi anunciado com festa pelo poder público local, que eles estão aumentado sua produção de 1,5 milhões de toneladas ano, para 3,5 milhões. Isto representa seis milhões de toneladas a mais de lama vermelha (que inclui soda cáustica) que serão enterradas todos os anos no solo da ilha de São Luís.

Será que este paquiderme do capitalismo internacional não deve ser muito bem fiscalizado? Hoje, na realidade, ninguém sabe quais os reais impactos que a Alumar já provocou na Ilha de São Luis e em sua população!

Na propaganda oficial é dito que ela “estrutura o seu modelo de negócios apoiada no conceito de sustentabilidade, incorporando no seu dia-a-dia critérios que asseguram o sucesso econômico, a excelência ambiental e a responsabilidade social”. Estas são as belas palavras do site da ALCOA, importante integrante do Consórcio Alumar. Ainda no mesmo discurso consta que “o seu sistema de gestão busca melhorar as condições de saúde, segurança e meio ambiente”.

Mas, discurso à parte, no frigir dos avos, consórcios Alcoa/Alumar trabalha para ter lucro. E não tem pátria. Hoje, eles estão no Maranhão. Amanhã, vão buscar outro espaço do planeta (de preferência bem atrasado politicamente) para enterrar suas toneladas de lixo. Incidentes como este na Europa servem de alerta para a chamada periferia do mundo, caso de São Luís do Maranhão, onde poder público e máfia se confundem.