quarta-feira, 1 de abril de 2009

TERMOELÉTRICA EM SÃO LUÍS

Empreendimento da MPX Energia pode aumentar em 106% o lançamento de óxido de nitrogênio (NO) na atmosfera da capital

É fato que o Maranhão passa por um momento político instável. Um período bipolarizado na busca pelo “poder”, com estratégias, embora diferentes, com o objetivo apenas de se manter no comando das ações no estado.

Independente da ideologia política o maior prejudicado, como sempre, é a população, principalmente aquela parcela menos instruída. Isto pode acontecer uma vez mais caso o projeto da Termomaranhão, usina termoelétrica movida à queima de carvão vegetal a ser implantada em São Luís obtenha êxito.

O projeto, orçado em quase US$ 700 milhões, com potencial de 360 megawatts (MW) apenas na primeira fase está programado para funcionar a partir de 2011.

Um das grandes questões na instalação da usina é o seu altíssimo potencial poluente, ainda mais para uma comunidade que vive em uma ilha. Quando licenciou a usina, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) utilizou a resolução 279/2001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que permite procedimentos simplificados para projetos de "pequeno potencial de impacto".

Ocorre que outra norma do próprio Conama sugere que esses projetos não devem passar de 10 MW. Mas a usina vai produzir 35 vezes mais energia do que o suposto limite!!!

Números compilados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Movimento Reage São Luís apontam que a poluição gerada pelos 360 MW planejados na primeira fase da usina é suficiente para aumentar em 30% (de 43 mil para mais de 56 mil toneladas anuais) a emissão de cinco dos principais gases do efeito estufa na capital maranhense.

Por esses cálculos, a termelétrica pode ampliar em 106% o lançamento de óxido de nitrogênio (NO) na atmosfera local.

O MPF também demonstra preocupação com o volume de água a ser captada do mar para consumo na usina - por exemplo, para o sistema de resfriamento. Serão 1.514 metros cúbicos por hora, o equivalente a 23% do abastecimento hídrico de toda a ilha de São Luís, segundo o procurador da República Alexandre Silva Soares. "Observa-se ainda o risco de contaminação das águas costeiras pela descarga de efluentes, os quais, mesmo com tratamento, podem oferecer perigo, notadamente a partir da poluição térmica causada pelo seu lançamento nas águas em temperatura superior às marinhas", destaca Soares, na ação movida em maio.

Nos próximos posts voltarei a tratar do assunto.

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