terça-feira, 21 de abril de 2009

VIDRO X PET

Garrafas retornáveis ou de plástico? Qual sua escolha?

Em post anterior escrevi sobre o início, em São Luís, da campanha nas lojas do grupo Wal-Mart, por incentivo do Instituto Akatu, oferecendo um crédito equivalente ao valor das sacolas plásticas não utilizadas pelos clientes diretamente em suas compras. Ontem, enquanto estava na fila de um dos supermercados desta empresa, para comprar refrigerante, lembrei do que se passava a mais ou menos duas décadas.

Quando você ia comprar um “refri”, tinha que levar um recipiente e deixá-lo no comércio. O “casco” tinha um alto valor. Logo depois, final da década de 1980, veio o advento das garrafas pet (politereftalato de etileno). Imediatamente as empresas substituíram os recipientes de vidro por uma de material inúmeras vezes mais barato.

De forma rápida as garrafas de vidro simplesmente sumiram das prateleiras. Somente as cervejas continuaram a ser engarrafadas em vidro. Mas ultimamente, mesmo que de forma tímida as empresas recomeçaram a utilizar o vidro nas embalagens de refrigerante.

Muito devido a consciência ecológica dos novos gestores, por pressão pública de consumidores cada vez mais conscientes ou mesmo por leis.

Apesar das embalagens descartáveis usarem menos matéria-prima do que as concorrentes, serem mais leves e não precisarem ser levadas de voltar às fábricas de bebidas para sofrer um processo de lavagem e posterior reutilização, mesmo assim as garrafas de vidro têm vantagens sobre as pet. Este é o entendimento da bióloga Andréa Rodrigues Fabi, que tratou do tema em sua dissertação de mestrado, apresentada à Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas.

Segundo ela, desde que observada a distância limite de 400 quilômetros, os níveis de emissão de dióxido de carbono (CO2) e de consumo de energia caem pela metade quando as embalagens são confrontadas.

Andréa levou em conta a matéria-prima, a energia e o combustível consumidos na fabricação, transporte das embalagens e coleta para disposição final. “Como o Brasil tem dimensões continentais, a distância acaba tendo uma participação importante no resultado final da análise. Assim, quando o raio de distribuição supera mil quilômetros, as garrafas PET passam a ser preferíveis às de vidro retornável, pois consomem menos combustível para a distribuição”, explica.

“Nos grandes centros urbanos, onde as distâncias a serem percorridas são menores, em razão do maior número de fábricas, as garrafas de vidro retornável deveriam ter preferência sobre as descartáveis. Já em áreas mais isoladas, onde o produto tem que cumprir longos trajetos, a opção deveria recair sobre as garrafas plásticas”, defende. A volta das embalagens de vidro retornável ao mercado, em proporção maior do que a atual, não traria inconvenientes para a indústria de bebidas, conforme a bióloga.

As empresas do setor, assegura Andréa, mantêm os sistemas de lavagem das garrafas instalados em suas plantas. Bastaria, portanto, colocá-los em operação novamente. Ao ser informada dos benefícios ambientais que essas embalagens proporcionam em comparação às similares em PET, parte dos consumidores possivelmente optaria por utilizá-las, acredita a pesquisadora. “Muitas pessoas não compram hoje bebidas acondicionadas em garrafas de vidro porque simplesmente não as encontram nos supermercados”, arrisca.

Andréa aponta mais uma vantagem das garrafas de vidro sobre as de PET, nesse caso em relação à reciclagem. O vidro, esclarece, tem um ciclo fechado. As garrafas são simplesmente lavadas e reutilizadas ou os seus cacos dão origem a uma outra embalagem, para o mesmo fim. Já as garrafas plásticas são utilizadas uma única vez e o material, ao ser reciclado, existem dificuldades para ser empregado no acondicionamento de alimentos. A bióloga lembra que a embalagem que poderia ser considerada ambientalmente correta é a PET retornável, que uniria as vantagens das outras duas. “A Coca Cola chegou a usar esse tipo de produto, mas infelizmente ele foi retirado do mercado”, diz.

(Parte do texto utilizado no post está na matéria escrita por Manuel Alves Filho, no Jornal da Unicamp)

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Leno !
Antes de publicar opiniões, principalmente de quem faz tese de mestrados ou doutorados devemos abalizar de onde são, porque são direciondos por seus orientadores que são patrocinados por uma determinadas entidades ou empresas e normalmente expressam o que eles querem defender. Neste caso a nossa cara Biologa Andrea, sómente analizou e focou a logistica direta da distribuição dos refrigerantes onde as grandes empresas dominam e consequem o melhor preço. Deve procurar fontes academicas mais gabaritadas e em engenharia de produtos e universidades de economia e admistração que materiais mais consistentes sobre a matéria. Onde novas tecnicas de logisticas diretas e reversas são analisadas com mais profundidades, ACV dos produtos, ISO l4.000 e assim por diante.
Abraços e continue escrevendo sobre sustentabilidade que é a palavra do momento.