segunda-feira, 4 de maio de 2009

NOVAS TECNOLOGIAS


Projeto da UFMA barateia custo de construção civil utilizando resíduos de madeira, areia e cimento

Após alguns dias ausentes por compromissos profissionais volto a posta no Sustentabile. E neste retorno vou reproduzir trechos da matéria “Moradia Inteligente” produzida pela jornalista e colega de trabalho Carolina Mello. A foto é de Honório Moareira.

Nela, Carol [como chamamos na redação] destaca a iniciativa desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Departamento de Desenho e Tecnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que consiste em elaborar material de construção a partir de misturas de resíduos sólidos de madeira, areia e cimento – os chamados compósitos de madeira.

Coordenada pelo engenheiro Sanatiel de Jesus Pereira, mestre em Construção de Edifícios e doutor em Engenharia Florestal, a experiência tem o objetivo de devolver a madeira descartada ao processo industrial. O resultado é uma espécie de concreto, onde a brita é substituída por resíduos de madeira descartados por fábricas do interior do estado.

Sanatiel Pereira destaca que alternativas semelhantes a esta já estão disponíveis a população em países desenvolvidos. “Na Espanha, o custo da indústria florestal é zero, pois todo resíduo é aproveitado. No Brasil, mais do que 50% de madeira sólida que está na floresta é transformado em resíduo, vira lixo industrial. E resíduo industrial sem destinação é falta de tecnologia”, afirma Sanatiel.

Blocos a base destes tipos compósitos, além de ecológicos e mais baratos, são mais leves, o que irá facilitar no transporte e nas etapas de construção. Para se ter uma idéia, um bloco de compósito de madeira vazado de 15 cm² chega a pesar 1,3kg, enquanto outro feito de concreto e com as mesmas medidas pesa quase o dobro. O peso de um bloco de compósito de madeira, contudo, varia de acordo com a dosagem de madeira presente no material.

Essa dosagem resulta em compósitos com propriedades específicas, variedade que agrega versatilidade a equação aparentemente simples de madeira, areia e cimento. Até o final de 2.010, a equipe de pesquisadores ambiciona levantar a primeira moradia com blocos de alvenaria, forro, piso, entre outros artefatos da construção civil, todos feitos de compósitos diferentes a base de madeira. O projeto piloto será construído dentro do Campus do Bacanga.

Além da economia, da praticidade e do valor ecológico, a matéria prima alternativa deve conter outras propriedades como isolamento térmico e acústico. Nesta etapa do projeto, iniciado em 2007, tais propriedades ainda não foram comprovadas.

A pesquisa tem sido desenvolvida com resíduos de árvores tropicais provenientes de cidades da Baixada Maranhense como Mirinzal e São Bento. Entre as árvores utilizadas estão o pau-darco ou ipê e a pararaúba.

Sem comentários: